quarta-feira, 19 de outubro de 2011

''Aonde está a força de negar um desejo se enquanto ele não é saciado continua existindo? O tempo não se encarrega de matar desejos, apenas de substituir os personagens. Esse é o maior problema dos desejos, eles não aceitam não como resposta. Você só coloca um ponto final nele se for até o fim. E o fim pode ser um simples enjoo ou, na pior das hipóteses, a morte.
O desejo me acompanhou até em casa. Muito, muito mais forte que minha nobreza em ter dito não. Tive medo de ser só desejo, porque pra mim sempre foi mais. Prefiro ser perseguida pelo meu desejo, que não tem dia pra acabar, do que ser abandonada mais uma vez pelo seu, que dura no máximo três horas.''
(Tati Bernardi)
''Ele é um super-homem quando a gente precisa, e uma criancinha fofa quando a gente também precisa. Meu Deus, agora faço o maior dos esforços do ano: por que cacete deixei de gostar desse cara? Chocolatinhos, vinho, som ambiente, escurinhos. Ele para o mundo todo, se ajoelha no sofá deixando as mãos no meu colo: ''Você não sabe a saudade que eu senti todo esse tempo.'' Seus olhos se enchem de lágrima, a música torna instrumental matando qualquer outra palavra, a cidade não respira, o tempo não existe, a solidão é coisa de gente que mora muito longe dali, minha mente aquieta todos os monstros, as mulheres lindas nas capas das revistas são empilhadas descartavelmente e viram nada, a poluição vira oxigênio puro e cor-de-rosa, o outro homem que é dono sem merecer do meu corpo magoado explode no ar deixando apenas estrelas para iluminar meu recomeço, as dúvidas todas do que fazer pelos próximos mil anos se simplificam, porque eu só desejo viver aquele momento, sim, sim, sim, eu quero zerar tudo de antes e de depois e amar esse homem agora, como antes, como nunca. Por que não?''
(Tati Bernardi)
''Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas nossas exatidões não funcionam numa conta de mais...
Mas aí, daqui uns dias, você vai me ligar. Querendo tomar aquele café de sempre, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo.''
(Tati Bernardi)

domingo, 9 de outubro de 2011

Uma semana sem te ver, eu já sabia que isso ia acontecer. O tempo passa, eu fico mal, é ilusão achar que tudo está igual. Você apareceu pra mim, não posso evitar me sentir assim. O que eu faço pra escapar dessa vontade que eu tenho de falar toda hora com você? Faço planos impossíveis pra te ver, mas pra mim, são tão reais... o que aconteceu, eu não me lembro mais. (...) Me diz quando a gente vai se ver, pra eu poder te abraçar e tentar te explicar a falta que você me faz. Eu não aguento mais ficar tão longe de você.