domingo, 16 de dezembro de 2012

Esse mundo anda moderno demais pra mim. Não, eu não sou uma conservadora e puritana. Ou talvez seja. Mas é que, me perdoe, não acho “natural” ter sei lá quantos homens e mulheres. O fato é que desde que o mundo é mundo as pessoas querem carinho, amor e atenção. Como você consegue dar carinho, amor e atenção para mais de uma pessoa ao mesmo tempo? 
Cada casal sabe até onde pode ir e como deve se comportar entre quatro paredes e da porta da casa para a rua. Para alguns funciona um relacionamento aberto, para outros não. Eu não acho que exista um modelo de relacionamento “correto”, assim mesmo, entre aspas. O correto é o que te faz bem, o que não te agride, o que te deixa satisfeito, o que te dá alguma paz.
Pra mim, uma relação é feita de duas pessoas. Se você e sua namorada conseguem manter um relacionamento aberto sem ninguém sair machucado, tudo bem, quem sou eu pra te condenar? É que no meu vocabulário amoroso não existe esse tipo de coisa. Eu, francamente, não sei lidar com isso. Acho que o ciúme é uma sombra do amor. Não consigo dividir quem eu amo, emocionalmente ou sexualmente, com outra pessoa.
Alguns pensam que é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo. Eu concordo. Consigo amar até mais de dois, pois amo minha mãe, meu pai, meu irmão, meus sobrinhos, meus tios, meus primos, a família do meu marido. Mas o amor de homem x mulher (ou mulher x mulher, homem x homem) é único. Pelo menos no meu coração. Só consigo amar sendo inteira, me entregando. E isso não faz com que eu me perca de mim, pelo contrário: me encontro cada vez mais.
Se você vive uma relação saudável consegue exercer a individualidade e ter uma vida tranquila. Acho muito ruim quando você perde a sua identidade ou não se reconhece mais. O amor tem a obrigação de fazer bem, de agregar, de dar prazer. 
O grande problema do ser humano é esperar algum tipo de retribuição. Isso gera expectativa e frustração. O outro é como é, não é um deus grego, um príncipe encantado, um herói. É, assim como você, cheio de falhas. E nunca, nunca vai ser aquele cara montado no cavalo branco. Não existe relação perfeita e sem altos e baixos. 
As pessoas também têm a triste mania de jogar no outro suas inseguranças, medos e frustrações. O outro não tem a menor culpa dos seus problemas. Aliás, seus problemas é você que precisa resolver. Ninguém vai fazer nada por você, não. O máximo que vai acontecer é ter um apoio, um colo, um ombro para encostar a cabeça quando tudo estiver desmoronando.
Qualquer relação precisa ser equilibrada. O egoísmo precisa ser deixado de lado para você, de fato, se entregar. Muitas vezes a gente agrada a outra pessoa só pra ver um sorriso no rosto dela. Às vezes, a gente não curte ou não está a fim de fazer algo, mas faz porque é importante para o outro. E só quem ama consegue fazer isso de peito aberto. 
Acho que as pessoas precisam parar de idealizar um mundo que nunca vai existir. E devem olhar para o que têm ao lado. A admiração vem antes mesmo do amor. É impossível você amar sem admirar a pessoa. Se existe admiração, carinho, respeito, tesão, cumplicidade e amor, bingo, você tirou a sorte grande. Por isso, deve parar de tentar achar pelo em ovo e tratar de ser feliz. No amor não tem fogos de artifício todo santo dia. Ele é pura calmaria.
Clarissa Corrêa

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Aprendi que o amor não é fácil. Que quando se ama, seu mundo corre o risco de ser virado de cabeça pra baixo. Tem que haver muita confiança, segurança, carinho, respeito. Deve-se controlar os ciúmes, pois ele é um grande inimigo.
Descobri que quando se ama de verdade, nada mais interessa, só a pessoa amada. Você sente o cheiro dela em cada esquina, desejando inconscientemente que ela estivesse ali. Sua mente é ocupada 24 horas com pensamentos sobre ela. Cada música tem um pedaço que te faz lembrar dela. Você conta os dias, as horas, os minutos e os segundos pra poder encontrá-la. Quando estão juntos, nada mais importa. Só de estarem juntos já basta, seja onde for. Você sente ciúmes, por puro egoísmo, por querer que seja seu e de mais ninguém! Que os olhos dela sejam seus, os braços, abraços, os beijos, pensamentos, e principalmente, o coração.

sábado, 17 de março de 2012

‎”Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.
Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos dois se incomode com isso.
Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada e bonita a seu modo.
Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.
Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem corpo um do outro quando o cobertor cair.
Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro ao médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.”
Drauzio Varella

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Requisitos pra ser meu namorado

Tem que gostar de balada, mas gostar ainda mais de um fim de semana chuvoso em casa abraçadinhos no sofá assistindo filmes ou séries; gostar de séries, ser culto, me respeitar na frente das pessoas e principalmente quando estivermos a sós, me abraçar dentro do seu casaco com seu cheirinho quando estiver frio (de preferência moletom gigante pra que eu possa me sentir pequena e aconchegada lá dentro), ser cheiroso, fazer cafuné, saber cozinhar no mínimo macarrão, não ser muito meloso, mas saber dizer pieguices nos momentos certos, me fazer surpresas agradáveis em um dia qualquer (mas, por favor, não me diga ''tenho uma surpresa pra você'', porque isso me mata de raiva), que tenha o melhor abraço do mundo, que goste de ouvir Beatles, Radiohead, Coldplay, Red Hot Chilli Peppers e The Kooks, que me leve pra jantar fora de 15 em 15 dias e que de vez em quando me deixe rachar a conta, que goste de viajar, que goste de frio, que me dê chocolates e que escreva cartas nas datas importantes (e que de jeito nenhum se esqueça das datas importantes), que seja amigo do meu pai, que jogue vídeo-game com meus primos, que goste das minhas amigas, que respeite os meus amigos, que tenha barba mal feita e que peça minha opinião e permissão antes de cortar o cabelo, que goste de tirar fotos, que me faça sentir segura e que conte todos seus medos e desejos, que seja meu melhor amigo, que me ame de corpo e alma e que olhe nos meus olhos quando disser que me ama (não precisa dizer toda hora, se tiver atitudes amorosas e marcantes, valerão mais que mil ''eu te amo''), que seja meio artista, meio jogador de futebol, que não critique o meu time, que me beije na testa, que me beije nas mãos, que me beije! Que me dê flores e sorrisos, que seja só meu e de mais ninguém, que me faça sentir mulher, amiga, amada, e que se estiver por aí, não demore muito pra chegar!

sábado, 7 de janeiro de 2012

Eu acho o romantismo uma qualidade, mas passa a ser um defeito quando a pessoa a quem você dedica esse romantismo não sabe valorizar, aí com o tempo você até acaba perdendo o romantismo, ou ainda o possui, mas tem medo de demonstrar.
(Luiza Gonçalves)

domingo, 1 de janeiro de 2012

Ah, sejamos sinceras mulheres modernas: no fundo, no fundo, a gente quer mesmo é alguém pra dormir protegida no peito (de preferência largo, forte e levemente cabeludo).
E nem é medo de ficar pra titia não, além de ter cara de mais nova e ser bem nova, eu sou filha única. É vontade de sentir aquela coisinha misteriosa de "é esse!". Como será sentir isso? Eu sempre sinto que "pode ser esse, ou talvez com algumas mudancinhas possa ser esse ou talvez se ele quisesse, poderia ser esse...". Não, isso tá errado. Quero sentir que "é esse". Dizem que materializar os sonhos escrevendo ajuda, então lá vai: quero cineminha com encosto de ombro cheiroso, casar de branco, ser carregada no colo, casinha na montanha com direito a chocolate quente no café da manhã, cachorro e caseiro bacana. Quero ouvir Radiohead numa noite chuvosa e ter de um lado um livrinho na cabeceira da cama e do outro o homem que amo. Quero sabadão com churrasco e as famílias reunidas.Quero ter certeza, ali no fundo da alma dele, de que ele me ama. Quero que ele saia correndo quando meu peito amargurado precisar de riso. Que ele esqueça, de vez em quando, seu lado egoísta, e lembre do meu. Que a gente brigue de ciúmes, porque ciúmes faz parte da paixão, e que faça as pazes rapidamente, porque paz faz parte do amor. Quero ser lembrada em horários malucos, todos os horários, pra sempre. Quero ser criança, mulher, homem, et, megera, maluca e, ainda assim, olhada com total reconhecimento de território. Quero descanso numa cama nossa e pura. Quero acordar domingo ao meio dia e passar o dia inteiro na cama assistindo comédia romântica e deitada naquele ombro largo e másculo. Quero feriados em Paris, ou só na cozinha de casa cozinhando com ele e pra ele. Quero o sobrenome dele, o suor dele, a alma dele. Que ele me ame como a minha mãe, que seja mais forte que o meu pai, que seja a família que escolhi pra sempre. Quero que ele passe a mão na minha cabeça quando eu for sincera em minhas desculpas e que ele fique ao meu lado quando perceber que estou chateada e não quero tocar no assunto. Quero que ele me torne uma pessoa melhor, que me faça comer comida apimentada sem medo, que me abrace apertado na pior parte do filmes de terror, respeite minhas esquisitices depressivas e morra de rir com meu senso de humor arrogante e irônico. Que seja lindo de uma beleza que me encha de tesão e que tenha um beijo que não desgaste com a rotina. Que a sua remela seja sequinha e não gosmenta. Tem que dançar charmoso, ser irônico, ser calmo porém macho (ou seja, não explodir por nada mas também não calar por tudo). Tem que ser meio artista e meio jogador de futebol. Tem que amar tudo o que eu escrevo e me olhar com aquela cara de "essa mulher é única". É mais ou menos isso. Achou muito? Claro que não precisa ser exatamente assim, tintim por tintim. Exigir demais pode fazer eu acabar sozinha.

(Adaptado do texto original da Tati Bernardi)